domingo, 22 de dezembro de 2013

Na feira de velharias

Entre velharias
corredores vendidos
cheiros usados
corpos suados

Todas as formas
sem o padrão
das prateleiras,
das lojas

Sozinho meu olhar percorre,
inquieto, tanto lixo
Tanta pretensão
de querer sempre o novo

O cheiro lambuzado
do acre das axilas
da velharia
da pele sebosa sem banho

Jogo Fora

Sozinho entre tanto
As velharias
que não se encontra
em parte alguma

Sem bengalas
percorre galerias
sente a beira da morte
O velho sou eu

sábado, 9 de novembro de 2013

Sem pai nem mãe

Preencher vaziomente
é o digno prazer de ser
somente

Uma língua seca
fria e aspera de amor

O som dos vizinhos
acompanham o turno
o vacilo
a falta

O silêncio entrecortado
por um copo
a falta da rima
denuncia

a solidão.